terça-feira, 29 de abril de 2008

...e porque

Porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen


Serei sempre julgado...por vezes sem sequer direito a defesa! Mas sempre de pé! Sempre levantado...de cara ao vento! Sou eu o eterno demente...mas sou eu! Gosto de ser assim...louco na minha imensidão, não juiz do que os outros pensam, não um ser superior, mas cada vez mais eu próprio, sem rodeios, sem oprimir ninguém e julgar! Sou eu...alguém que respeita todos os outros...deixem-me viver...!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

...e depois!



Por vezes olho para o lado e penso! Mas só por vezes...o olhar fica perto e o pensamento distante! E, lá longe, dissolve-se na penumbra dos dias que passam...
Deixa passar...
Depois ao despertar, o mundo está aí...grande e pequeno, belo e feio, ousado...bonito. Vale a pena gritar é nosso? Vale a pena gritar quem somos! Somos nós mesmos, qual barco de papel a flutuar por cima das águas, frágeis e fortes, belos e feios...e quase sempre à deriva!
Alto! Parei! Olhei novamente em frente, acordei, levantei-me, sou eu...o eterno!
Sou mesmo eu, não mudo, nem sou mudo, falo sozinho se for necessário, qual louco numa ilha abandonado, mas não mudo...abraço o sol, aceno às nuvens, beijo o mar! É bom ser livre...