segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

...sempre e para sempre!

Há coisas que lemos que retemos com facilidade, mas para mim nada melhor que a poesia cantada, é bom ouvir interpretações de poemas belos...música que depois de entoada, entra nos ouvidos, como se fosse o cantar de uma ave livre! Intervenção para muitos, eu chamo poemas! Nestes dias depois de um interregno, voltei a sentir a leveza das palavras, na mensagem utópica entoada pela voz de alguém que foi mais um mártir, não de um qualquer assassino ou ditador, mas sim de uma sociedade que nos vendem todos os dias! Assim aqui ficam dois registos, um poema adaptado para espanhol por ele, "El martillo" e um vídeo de um outro, "El derecho de vivir en Paz! Voz a Victor Jara,

Oh hermano, oh hermano.

Si tuviera un martillo
golpearía en la mañana
golpearía en la noche
por todo el país
Alerta el peligro
debemos unirnos para defender,
la paz.

Si tuviera una campana
tocaría en la mañana
tocaría en la noche
por todo el país
Alerta el peligro
debemos unirnos para defender,
la paz.

Si tuviera una canción
cantaría en la mañana
cantaría en la noche
por todo el país
Alerta el peligro
debemos unirnos para defender,
la paz.

Ahora tengo un martillo
y tengo una campana
y tengo una canción que cantar
por todo el país.
Martillo de justicia
campana de libertad
y una canción de paz.

Canción de Lee Hays y Pete Seeger (1949)
Adaptación en español de Víctor Jara (1969)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

...agora!

O tempo passa...a vida passa...os sonhos passam...o dia seguinte também passa...
por vezes tudo muito depressa! Mas é bom saber desfrutar todo o tempo, toda a vida, todos os sonhos e todos os dias seguintes...é tão bom ser assim! Nem que para isso tenha que morrer sem nada, nem sequer um simples caixote para me levar...!
Admiro os que trabalham e guardam o dinheiro...que trabalham no campo que compraram com o dinheiro do seu próprio suor, mas que depois de todo o sacrifício, morrerão e nem na sua própria mortalha feita de terra cultivada serão sepultados! Gostava de ser assim, viver pelo simples viver, talvez fosse mais feliz! Infelizmente, para mim, tudo vai para além disso, digo infelizmente porque não consigo ficar indiferente ao que vejo, ao que sinto e ao que sou...adoro falar, ver o mundo, sorrir todos os dias...adoro!
Adorava ser simples!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nunca estou...

Cada vez que me levanto, nunca estou! Nunca! Não sei porquê mas nunca estou! E interrogo-me por que é que nunca estou! Até me sinto mal por nunca estar! Mas pronto lá sigo os desígnios da vida...trabalhar, por incrível que pareça um trabalho pragmático para alguém classificado como uma pessoa com jeito para estas coisas de escrever e de baralhar tudo, mas que se há-de fazer! Sinto cada vez mais um misto em mim, adoro tudo o que faço, desde o simples apertar de um parafuso, até ao escrever qualquer coisa sem nexo! Por isso é que nunca estou...nunca! Talvez preferisse estar...mas os sonhos são bons demais para deixar alguma coisa para trás...!

sábado, 12 de janeiro de 2008

Hoje...

Onde estou hoje...

Hoje é o título de uma música dos Trovante, e por sinal tão bonita como desconhecida da maior parte das pessoas!
Hoje estou aqui, na capital, mas das aldeias... no centro do nosso pequeno mundo!
Cada vez mais sinto que sou uma pequena partícula, infinitamente pequena! Ninguém pense que o mundo gira em redor de si próprio! Para os que pensam assim, faço uma simples pergunta: E se toda a vida deixasse de existir amanhã? O que fariam? Eu sei o que faria...roubava flores! Ideia estúpida! Quando todos os outros pensariam em matar a fome, em procurar a paz, em procurar os braços de quem amam...eu roubaria flores! E porquê? Pela simples razão de que tudo o que é belo não se compra, como não tenho flores...rouba-las-ia! Para quê? Para oferecer a todos os que me fazem mal, porque os que me fazem bem não precisam! Porque se me fazem bem já os conquistei, mesmo que por momentos se afastem, ainda que noutra vida, voltarão até mim! Os que me fazem mal tentaria conquistá-los...já que não o fiz através de actos, tentaria com a forma mais natural que o ser humano tem de expressar um sentimento, oferecer flores! É uma coisa de adolescentes? Talvez também o considere! Mas nós não passamos todos de crianças a brincar aos adultos...e nesse aspecto uns ficam com as coisas más que lhe ensinaram durante essa fase, outros ficam pelo meio termo, bons numas coisas e maus noutras, mas ninguém fica com todas as coisas boas, infelizmente...
Gostamos da nossa pequenez, arranjar alguém bonito para partilhar uma vida, e que vida? De trabalho, de sacrifício, de sei lá mais o quê, uma vida imposta por um modelo de sociedade...de viver, trabalhar e morrer! O resto logo se vê debaixo da terra...ou no céu! Temos é que parecer bons, boas pessoas, senão uma divindade superior qualquer nos castigará no dia do juízo final! Mas não passar do parecer, porque se um dia deixar-mos de parecer e formos mesmo bons com os outros, a própria sociedade ditará o nosso fim!
Ainda bem que o meu horizonte vai para além do que esta sociedade tem como padrão, os bens materiais têm o valor que têm, o trabalho também! Orgulho-me de ser como sou! Sinto-me bem a trabalhar, foi o que escolhi, mas também me sinto bem quando conheço outras pessoas, outras culturas, outras formas de viver! Não é o dizer que disse, não é a velha teoria do que nos vendem os outros, a televisão, a rádio e os jornais, mas sim conhecer, sentir e viver essas pessoas!

Viverei assim!
Não arranjarei nenhum porta-chaves para companhia!
Viverei mesmo assim!
Na utopia!
No sonho!
Viverei sempre assim!
Mas bem comigo mesmo e sempre a roubar flores!

Hoje estou assim...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O primeiro local onde estou...

Não poderia deixar de estar nunca...

Estrela do mar

Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia, sózinho, ao relento
E ali longe do tempo, acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar

"Sou a estrela do mar só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim..."

Não sei se era maior o desejo ou o espanto
Só sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são pouco ou nada para estrela do mar

"Estrela do mar
Só a ele obedeço
Só ele me conhece, só ele sabe quem sou
No princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim..."


Jorge Palma